quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Estou desanimado e cansado. E, agora?

“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados.” (2 Coríntios 4.8)
  

A vida nos proporciona grandes lutas e batalhas. Algumas delas são vencidas. Outras, duram mais do que se esperava. São mais intensas. Chega-se ao ponto, em tudo isso, conduz os nossos sentimentos e a nossa alma para o cansaço. Esgota-se a energia e tudo fica muito mais difícil. Não conseguimos mais continuar. E assim, em um determinado tempo, paramos e dizemos: “Estou cansado e desanimado. Já não agüento mais!”. Depois disso, pensamos em desistir de tudo e deixar que os problemas nos levem como prisioneiros. Somos, assim, contados como despojos de uma guerra vencida por eles. O que fazer diante de tudo isso? A Palavra de Deus nos dá algumas lições sobre como podemos tomar uma atitude legítima diante do Senhor, acerca de como vencer o desânimo. Na sua segunda carta de Paulo à igreja que ficava na cidade grega de Corinto, no quarto capítulo, o apóstolo assevera alguns pontos de como podemos revigorar, em Deus, a nossa alma. Primeiro, que não devemos esperar uma vida tão confortável em um mundo decaído e mal – Em tudo somos atribulados - Portanto, as lutas devem ser encaradas de frente, com coragem, confiados e entendendo que o Senhor está no controle de todas as coisas. Ele sabe o porque de tudo. Tudo está ocorrendo segundo os Seus propósitos (Rm 8.28). Em segundo lugar, Deus não permitirá que a intensidade dos problemas vá além daquilo que possamos suportar – porém não angustiados – (cf. 1 Co. 10.13), pois Ele nos conhece muito bem. Sabe o quanto agüentamos. Ele conhece os limites da nossa capacidade física e emocional. E por último, podemos, no momento, não entender o que está acontecendo – perplexos – mas no final, o Senhor redundará tudo isso para a Sua glória e para que o nosso relacionamento com Ele seja estreitado. Para aprendermos a Sua vontade. E para sermos transformados para o Seu louvor e adoração. Nesse sentido, Ele providenciara, todas as vezes que O buscarmos de coração, o ânimo para continuarmos lutando as batalhas que a vida venha nos desafiar – porém não desanimados. Lembremos que o Senhor Jesus, viveu entre nós, sofreu a nossa dor e morreu pelos nossos pecados. Tudo isso aconteceu para que nós não mais tivéssemos desânimo, mas coragem Nele de continuar a viver para a Sua Glória.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O alívio na angústia

 “... ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado...” (Salmo 4.1)

De acordo com estudos a angústia pode ser definida como forte sensação de aprisionamento, insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na moderna psiquiatria é considerada como uma doença que pode produzir problemas psicossomáticos. A angústia pode surgir de várias maneiras. Pode-se chegar a angústia através de lembranças traumáticas, perdas, medos, incertezas e na ansiedade. No Salmo 4 o salmista está angustiado pelo fato da forte perseguição que seus inimigos estavam exercendo sobre ele (v.2). A sua alma estava tão angustiada ao ponto de clamar ao Senhor por uma resposta imediata acerca daquilo que ele estava passando (v.1). Seu sentimento sobre as possíveis conseqüências do que poderia lhe acontecer, lhe permitia sentimentos e sensações terríveis. A dúvida pode provocar a angústia. Porém, aqui, neste Salmo, temos algumas lições sobre como Deus pode nos aliviar desses sentimentos. A primeira lição, é que o Senhor está ciente de tudo o que temos passado (v.3). O Senhor Deus sabe e conhece aqueles que estão passando por essa situação tão terrível. A segunda lição, é que somente Deus pode nos dar a verdadeira alegria para combater a angústia do nosso coração (v. 7). Por mais que busquemos alívio em possíveis soluções aos nossos olhos, somente o Senhor pode fazer nascer a verdadeira alegria em nosso coração. E por fim, quando buscamos o Senhor de todo o coração no meio da angústia ele nos responde dando-nos alívio (v.1). Esse alívio vem pelo amor e misericórdia que o Senhor exerce sobre os corações arrependidos e sinceros. Esse alívio na angústia nos dá, além da alegria, também a verdadeira paz (v.8).  Busquemos, portanto, a genuína paz e alegria, em meio a angústia, no amor e na misericórdia que o Senhor Deus exerce sobre os corações sinceros e contritos por meio da graça em Cristo Jesus.  

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A dura dor do sofrimento e a alegria

Por: Ed Welch
Publicado em: 29 de outubro de 2013

“regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverante”. Rm 12.12

Atualmente a Igreja está falando mais sobre o sofrimento, e isso é bom. Falamos sobre o sofrimento. Falamos sobre isso com os outros, e os pregadores são também muito conscientes sobre isso, embora as congregações possam parecer felizes superficialmente, existem dificuldades na maioria das pessoas. Sofrem em continuar ouvindo a suprema estupidez de amigos e conhecidos – talvez isso seja passageiro – assim, não podemos negar que a Igreja é mais acolhedora para pessoas que sofrem.

Isso, no entanto, não parece ser algo equilibrado. Quando levamos a sério o sofrimento, quando evitamos chavões e tudo o que poderia ser percebido para minimizar as dificuldades, e quando percebemos a negação da dor, temos aí um grande perigo que poderá a vir desvalorizar a alegria. O uso da palavra ferido ou quebrado sugere isso. São palavras úteis, mas elas geralmente podem indicar uma condição permanente que sempre vai ser dominada pelo sofrimento. Nós raramente incentivamos o ferido ou o quebrado apontando-os para a alegria.

Por que não incentivar quem sofre apontando para a alegria? Talvez porque pensamos que o sofrimento e a alegria seja um processo de duas etapas, como o que podemos ver no Salmo 126.5-6 – saímos chorando e voltamos com gritos de alegria, isso é o padrão. Esse ponto de vista vê a alegria e o sofrimento como fundamentalmente incompatíveis e incapazes de serem vividos simultaneamente. Mas isso é verdade. A Escritura indica que a vida no Espírito terá tanto o sofrimento mais difícil como a maior alegria serem experimentados ao mesmo tempo. O apóstolo Paulo ilustrou isso como uma das muitas implicações do evangelho: “Mui grande é a minha franqueza para convosco, e muito me glorio por vossa causa; sinto-me grandemente confortado e transbordante de júbilo em toda a nossa tribulação.” (2 Coríntios 7.4).

Isso significa que, mesmo quando estamos sofrendo, podemos ir em busca da alegria com a expectativa que de fato iremos encontrar e assim nos surpreendermos. Pense sobre o fim da guerra e os inimigos derrotados (1 Cr 16.33, Sl 27.6), água no deserto (Is 35.6), como o Senhor  tem prazer no bem-estar dos Seus servos (Sl 35.27), como o Senhor consola o Seu povo (Is 49.13), como o Pai, o Filho e o Espírito Santo levam alegria um ao outro e, por meio de Jesus, somos também levados em alegria (João 15.11). Pense como o perdão dos pecados garantiu para nós todas as promessas de Deus, que estão resumidas em Sua presença incessante conosco. Essa presença, e a glória futura de vê-lo face-a-face,  na qual somos levados plenamente em Seu amor, é fazer parte do centro da nossa alegria.

Mas nessa busca, ainda temos um problema. O tratamento predominante hoje para aliviar a dor é a medicação. Tomamos um comprimido e esperamos que ele seja eficaz. Nós damos ao tratamento pouco tempo para mostrar o que vale a pena, antes de seguir para uma nova receita. A alegria não segue esse padrão. Ela não vem rapidamente. Na verdade, se formos esperar resultados rápidos, não estamos realmente buscando a genuína alegria, e ela nunca virá.

A alegria vem do Espírito e por meio dos vários meios de graça que Deus nos deu. E Deus se agradou em dar esse fruto para aqueles que O buscam. A genuína alegria vem quando a nossa esperança e amor descansam em Jesus acima de tudo.

“... a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória...” (1 Pedro 1.8)


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu apenas quero morrer – Substituindo pensamentos suicidas pela esperança.

Autor: David Powlison

Você está tendo pensamentos e sentimentos suicidas? Talvez você esteja convencido de que a sua vida não vale mais a pena. Você sente que o seu mundo está entrando em colapso. Sua vida parece sem sentido e sem esperança – como um buraco negro, que suga todo o amor e alegria que você tinha. Se você está com intenções suicidas, você ainda tem muito em refletir sobre a sua vida. Mas você, também, tem pensado sobre como Deus vê a sua vida?

SUA VIDA É IMPORTANTE PARA DEUS
Agora mesmo você está vivendo em um mundo de desespero. Você não pode ver nenhuma solução para os seus problemas. Você não está conseguindo ver além deles. O futuro parece obscuro.

Mas a perspectiva de Deus sobre a sua vida é muito diferente. Sua vida é preciosa para Ele. Ele conhece todas as coisas a seu respeito – todas como os cabelos que estão sobre a sua cabeça. Ele o ama tanto que enviou o seu próprio Filho para morrer por você (João 3.16). Sua vida é tão significante para Ele que Ele o desautoriza tirá-la. Deus diz que todo homicida está errado, e isto inclui assassinar a si próprio, o suicídio. “Não matarás” (Êxodo 20.13).

SUA VIDA É IMPORTANTE PARA OUTRAS PESSOAS
Talvez você esteja pensando sobre quanto tempo você vem se sentido deprimido e triste. Você está se sentindo como um peso para os outros? Muito embora eles não digam isso, você sente que tudo poderia ser diferente sem você?
A maneira como você está pensando é tragicamente errada. Esse pensamento é uma mentira em que todos – vizinhos, pais, filhos, esposa, amigos, colegas de trabalho, enfermeiras, ou meros conhecidos – poderiam ajudá-lo no seu suicídio. Alheio a isso, suicídio é inquietante e perturbador. Aquilo que você deixa para trás não poderá ser remediado. Ao invés disso, eles serão deixados com terríveis pesos. O que são esses pesos?
Em primeiro lugar, aqueles que conheceram você e cuidaram de você entenderão o porque disso. Eles se perguntarão muitas vezes: “Por que você fez isso? Por que você nos deixou? Por que você não pediu por ajuda? Por que nós não estávamos prontos para ajuda-lo?”.  O “por que” das perguntas assombrará aqueles que você deixou para trás.
Segundo, eles se sentirão culpados. Além disso, se sentirão magoados pela sua perda e magoados pelo sentimento de responsabilidade. Eles ficarão espantados se o seu suicídio foi uma resposta a algo que eles fizeram ou não. Eles estarão com um sentimento de que falharam.
Em terceiro lugar, aqueles que você deixou para trás não pensarão que o seu suicídio foi um favor a eles; aliás, eles se sentirão como se você não os amasse. Como você poderia amá-los e, ao mesmo tempo, feri-los de maneira tão grave? O suicídio é um ato egoísta. Ele rompe relacionamentos, e deixa sem esperança para uma reconciliação. Aqueles que você deixou para trás sentirão um profundo sentimento de esvaziamento.
Quarto, o suicídio molda a escolha para fugir, como se matando a si mesmo seria a melhor maneira de resolver os problemas da vida. O suicídio fala que a maneira de tratar com a culpa, falha, desapontamento e sofrimento é tirando a própria vida. Esse modelo tem uma poderosa influência negativa. Assim, em vez de deixar aqueles que o cercam felizes, você está, nesse momento, deixando para eles um modelo de regras, que poderia negativamente impactar, de como eles deveriam tratar com suas próprias lutas.

CONSIDERE O QUE É VERDADE
O pensamento suicida é cheio de falsidade. Isto pode ser duro para você, como a sua luta, reconhecer a mentira. Considere algumas verdades simples sobre Deus e sobre você. Lembre-se delas todas às vezes quando você começar a pensar que o suicídio é uma boa solução para os seus problemas.

1)      Em amor, Deus veio em pessoa como o Salvador da morte:
“Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.” (Isaías 43.1)
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5.8)

2)      Deus fala que o suicídio é errado porque você está tirando uma vida.
“Não Matarás”. (Êxodo 20.13)

3)      Quando você derramar o seu coração a Deus, Ele o ouvirá:
“Eu disse na minha pressa: estou excluído da tua presença. Não obstante, ouviste a minha súplice voz, quando clamei por teu socorro.” (Salmo 31.22)
“À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.” (Salmo 55.17)

TRAGA O SEU DESESPERO PARA AQUELE QUE É A VERDADE
O seu Salvador não está surpreso ou o rejeita pelos seus sentimentos de desespero. Ele quer que você traga o seu desespero para Ele, e clame por ajuda agora mesmo, seja no meio da sua escuridão e dor. Do começo ao fim da história os filhos de Deus foram criados para Ele. Ele os tem ajudado. No Salmo 86 diz como Davi clamou a Deus em seu desespero milhares de anos atrás: “No dia da minha angústia, clamo a ti, porque me respondes” (v.7).
Hoje é o seu dia de aflição. Conte para Jesus todas as suas dores, todas as suas aflições, e todas as razões suicidas que estão em sua mente. Você sente, como Davi, que você está no “profundo poder da morte” (v.13)? Fale alto para Deus, “Escuta, SENHOR, a minha oração e atende à voz das minhas súplicas” (v.6). Nesse dia Deus promete ouvi-lo e ajuda-lo. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.13).

Extraído do livro: POWLISON, David, I Just Want to Die - Replacing Suicidal Thoughts with Hope, CCEF, 2010.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando o suicídio se aproxima


Autor: Edward. T. Welch

Eu nunca irei me esquecer de quando um suicídio chegou muito perto de mim. Certa vez, encontrei-me com uma jovem mulher que estava deixando seu trabalho missionário no leste europeu. Ela estava assombrada com uma experiência, mas não conseguia falar sobre isso.  Meu palpite era de que ela tivesse, talvez, um grande peso sobre si em razão de uma relação imprópria com um jovem que morava lá. Dois meses depois desse encontro, recebi uma carta dos pais dela, dizendo: “Nós queremos agradecer-lhe muito pela sua bondade para com a nossa filha, e  que o sofrimento dela acabou. Ela tirou a sua própria vida há duas semanas”.

O suicídio, também, já chegou muito perto de nós. Recentemente, fomos informados pelos jornais e revistas sobre o suicídio do filho de um pastor amado. Sabemos, também, que veteranos militares tiram suas próprias vidas a cada dia,  e até mesmo as crianças podem falar sobre uma escuridão  interna que antes era encontrada apenas em pessoas com anos de acumulo de dificuldade e dor.
O que podemos aprender?

Que o suicídio está muito ligado à depressão. De alguma forma, a depressão é muito pior que a dor física crônica. Talvez porque as pessoas quanto tem uma dor física, ainda podem ver o lado bom da vida e ainda podem ter esperança, enquanto aquelas que estão deprimidas são deficientes em ter essa mesma visão.
Que o suicídio deixa um amplo rastro de arrependimentos. Hindsight nos leva a pensar em dezenas de coisas que poderiam ser feitas de forma diferente. A realidade é que existem pessoas que não conseguem ter esse controle.
Quando percebemos que um ente querido deixa as coisas que gostava de fazer: hobbies, trabalho ou mesmo cuidados estéticos, nós devemos achegar a elas e buscar avaliar o que pode estar acontecendo, fazendo algumas perguntas que podem estar em nossos corações: “Como você está? Eu estive pensando em você e percebo que a sua vida  tem sido recentemente muito difícil.” ”Você tem estado em minha mente. Talvez seja porque você parece um pouco mais retraído e triste. Posso estar orando por você?”
Que quando estamos preocupados com outra pessoa e não sabemos como ajudar, pedimos a irmãos mais sábios e experientes que sejam nossos parceiros nessa ajuda.
Quando a esperança se esvai, a vida humana está em perigo. Essas duas questões são inseparáveis. Dessa forma, conduzimos as pessoas a terem esperança, sendo essa mensagem dominante em todo o Novo Testamento. A igreja primitiva tinha um conhecimento profundo  do sofrimento humano. Os primeiros cristãos tinham isso na prática vendo as realidades eternas pela fé e sabendo que o sofrimento não iria durar todos os dias.
Senhor tenha misericórdia daqueles que estão cercados pela depressão. Não os deixe na escuridão. Que eles possam ouvir a palavra de uma esperança profundamente real e genuína a qual temos, porque Jesus está vivo.  

Fonte: http://www.ccef.org/blog/when-suicide-comes-close

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Transtorno Bipolar e a Visão Bíblica


Todos nós temos emoções. Todos nós temos oscilações de emoções. Num determinado dia, estamos bem, o outro não tão bem. Isso pode funcionar dentro de um círculo de normalidade.
Porém, quando as oscilações tornam-se extremas, ou seja, você pode sentir-se muito bem ao ponto de perder o sono por isso e, ao mesmo tempo, ou no dia seguinte, sem razão aparente, você entra em um estado de profunda depressão, chegando, até mesmo, desejar não viver mais, é nessa condição que poderá ser diagnosticado, por meio dessas bruscas oscilações de humor, um possível  quadro de transtorno bipolar.
O que é transtorno bipolar?
O transtorno bipolar (TBP) é uma condição psiquiátrica relativamente frequente, com prevalência na população entre 1% e 2%. É caracterizado por episódios de alteração do humor de difícil controle (mania).
Os sintomas podem aparecer em qualquer idade, sendo mais comum o surgimento entre o início da segunda e meio da terceira década de vida. As causas da doença ainda não são conhecidas, mas muitos estudos apontam para a existência de disfunções complexas dos neurotransmissores.
A forma clássica da doença, que envolve episódios de mania e depressão, é chamada de Distúrbio Bipolar I. Algumas pessoas, no entanto, nunca desenvolvem mania severa, ao invés experimentam episódios moderados de hipomania (humor elevado) que são alterados com sintomas depressivos, esta forma da doença é chamada de Distúrbio Bipolar II. Algumas pessoas apresentam múltiplos episódios em uma semana ou em um mesmo dia. Este ciclo rápido tende a se desenvolver quando a doença está adiantada e é mais comum em mulheres do que em homens.
Os sintomas do transtorno bipolar (mania) podem variar de pessoa para pessoa.
Os ciclos de entradas e saídas das manias são únicos para cada pessoa. Para alguns, os pontos altos de humor nunca se tornarão extremos e são notados apenas pelos membros da família. 
Para outros, a mania é aparente, ou seja, pode ser percebida por todos.
Os sinais e sintomas de mania (ou episódios maníacos) incluem:
Ø  Aumento de energia na produtividade e não necessidade de descanso.
Ø  Extrema irritabilidade.
Ø  Pensamentos extremamente rápidos e falar muito.
Ø  Distração - não consegue se concentrar.
Ø  Pouca necessidade de dormir.
Ø  Pensamentos não realísticos sobre habilidades e poder.
Ø  Julgamento pobre.
Ø  Gastar compulsivamente.
Ø  Longo período de comportamento diferente do habitual.
Ø  Aumento na atividade sexual.
Ø  Abuso de drogas, particularmente cocaína, álcool, e medicamentos para dormir.
Ø  Comportamento: provocativo, intrusivo e agressivo.
Ø  Negação de que algo esteja errado.
Os sinais e sintomas de depressão (ou episódio depressivos) incluem:
Ø  Sentimentos de tristeza ou pessimismo.
Ø  Tristeza, ansiedade ou sensação de vazio.
Ø  Sentimentos de culpa, falta de esperança e falta de confiança no valor de si mesmo.
Ø  Perda de interesse por atividades ou prazeres de que gostava, incluindo sexo.
Ø  Diminuição de energia, sentimentos de fatiga ou estar devagar.
Ø  Dificuldade de concentração, de lembrar e tomar decisões.
Ø  Agitação e irritabilidade.
Ø  Dormir demais ou não conseguir dormir.
Ø  Mudança no apetite e/ou aumento ou perda de peso.
Ø  Dor crônica ou outro sintoma persistente não causado por doenças físicas ou acidentes.
Ø  Pensamentos de morte, suicídio ou tentativas de suicídio.
O que a Bíblia fala sobre a mania (TBP)?
Devemos considerar que as Escrituras tem autoridade nas nossas vidas e, portanto, Deus tem autoridade nas nossas vidas (2 Timóteo 3.16).
A Bíblia nos dá sabedoria para nos guiar em todas as situações. Mesmo em tudo aquilo que a vida nos oferece – saúde, pobreza, inaptidão médica, diagnóstico psiquiátrico – a sabedoria da Bíblia é sempre rica e relevante para nós.
Com respeito a mania, a Bíblia nos diz que mania não pode fazer-nos pecar. Mania não pode nos conduzir a fazer coisas que a Escritura proíbe (por exemplo: adultério), e não pode nos conduzir a fazer coisas que a Escritura prescreve (por exemplo: amar o próximo). Mania pode criar um mundo de tentações.  Por exemplo, a mania pode levar a pessoa confiar em seu julgamento intuitivo ao invés de coloca-la em uma condição de réu. Ela, a mania, ainda pode levar a pessoa a confiar em seus próprios “méritos” ao invés de reconhecer suas limitações e ou imperfeições. Dessa forma, a mania não está levando a pessoa a fazer algo moralmente errado, mas está conduzindo o indivíduo em uma situação perigosa, introduzindo-o num mundo de tentações.
Pare e pense
O entendimento popular da mania é que ela é um fenômeno médico. Ela é o resultado de um desequilíbrio químico no cérebro e o tratamento é a reposição das funções cerebrais com medicação apropriada.
As teorias psiquiátricas tendem a ver o ser humano apenas numa condição física. As Escrituras, no entanto, vêm o homem em duas condições (física e espiritual). Fisicamente nós consistimos de cérebro, ossos, músculos e um maravilhoso conjunto bioquímico. Espiritualmente, nós somos criados a imagem de Deus. Nós podemos conhecê-lO e segui-lO. Nós sabemos a diferença entre o certo e o errado, e somos responsáveis por nossas decisões morais. Problemas no cérebro não podem apagar essas características espirituais do homem natural.
Portanto, quando a Palavra de Deus nos manda fazer algo como amá-lO e ouvi-lO, ela fala para todos nós. Se aqueles com desequilíbrio químico fossem isentos, nós poderíamos ser isentos também, porque ninguém pode afirmar que temos uma perfeita função cerebral, pois todos  nós, também, sofremos de alguma forma  de oscilação de sentimentos.
Estratégias Práticas de Mudança
O que nós precisamos é da graça –a ajuda de Deus para nós. Nós sempre precisamos da graça, mas nós precisamos especialmente dela quando preferimos viver sem as restrições e independente da autoridade divina. A surpreendente característica da graça é o favor de Deus sobre nós, e Ele livremente nos dá. A única exigência para receber a graça é que devemos crer que não somos merecedores dela.
Sobre o que foi abordado, fica aqui algumas sugestões de como a mania poderá ser tratada, segundo a prescrição bíblica:
1) Reconhecer e admitir sua necessidade da ajuda de Deus. (1 Coríntios 10.13)
2) Distinguir os problemas físicos dos problemas espirituais.
        Algumas questões que podem ajudá-lo nessa tarefa:
o   Você considera os outros mais importantes do que você? –(Filipenses 2.3)
  • Você é rápido para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar? (Tiago 1.19)
  • Você busca conselho de outras pessoas para as suas decisões? (Provérbios 12.15)
  • Você busca a Deus naquilo que você faz? (Provérbios 3.5-6)
3) Confissão de erros passados – 1 João 1.9
4) Buscar viver sabiamente – Provérbios 1.7
     Como?
o   Busque conselhos – Provérbios 11.14; 12.15; 19.20
o   Ouça – Tiago 1.19
o   Ande humildemente com o Senhor – Mateus 5.3; Tiago 4.6
5) Busque ajuda médica
A maioria das pessoas que passam pela extrema mania, se consulta com psicanalistas ou profissionais qualificados da área da psiquiatria sobre o uso de medicamentos. Existem novos medicamentos que surgem regularmente. A maioria deles são uma forma de Lithium ou medicações que também tem sido usado no controle de convulsões.
Nesse caso, poderia se tentar a medicação? Tipicamente, não se tem nada a perder e nada a ganhar. Na pior das hipóteses, teremos um efeito indesejável ou colateral, ou então, a medicação não terá efeito. Na melhor das hipóteses, teremos uma menor incidência aos ciclos de humor ou uma maior incidência de pontos altos no humor.
6) Em que você deve esperar?
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1.2-4)

Baseado no livro: WELCH, Edward T.,Bipolar Disorder, Understanding and Help for Extreme Mood Swings, CCEF, 2010

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Vivendo de aparências.


Uma das obsessões mais notáveis na nossa cultura é a busca pela beleza física. A preocupação com a aparência impregna nosso relacionamento social e nos seduz a todos, homens e mulheres, em intensidade variada. O impacto da cultura costuma ser como o efeito da poluição do ar: o que respiramos tende a produzir mudanças em nós, devagar mas com constância. Nossa cultura nos cerca com vozes que falam sobre nossa aparência , o aspecto que devemos ter, e os elogias e críticas que supostamente acompanham o sucesso ou o fracasso. A mídia massificante, sorrateiramente nos ilude com os mesmos padrões visuais.

Agora, o que acontece com um crente quando adota esses padrões? Ele passa viver fora da lógica de sua fé, de muitas maneiras. A Palavra de Deus fala amplamente sobre a questão de “aculturação” ou escravidão aos falsos padrões e opiniões do mundo e seus sistemas distorcidos de valores e estigmas. Em vários textos, as Escrituras destacam com clareza a questão da beleza. Leiamos Provérbios 31.30-31: “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras”. Esse texto retrata a beleza verdadeira do temor e amor ao Senhor nosso Deus, e comenta sobre a graça enganosa e a formosura vã. Beleza de caráter verdadeira e duradoura, tranquilidade, sabedoria e amor exalam desses provérbios. Em 1 Pedro 3.1-6 temos: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,  ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.   Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma”. Aqui, o texto define igualmente a beleza contrastando com o padrão cultural (“os adornos exteriores”) com o padrão verdadeiro e duradouro de Deus (“o coração”).

A verdadeira beleza não teme; nunca é devastada pelo tempo ou aflição: não se torna insegura. É o tipo de beleza que pode ser mais radiante aos noventa anos do que aos dezoito, e melhora com o tempo, em lugar de se deteriorar.


Extraído e adaptado do texto: Sua Aparência: o que os padrões atuais dizem e as imagens retratam, David Powlison, Coletânea Aconselhamento Bíblico Vol. 1, Palavra da Vida.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O verdadeiro contentamento.

“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez;  tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4.10-13)


Qual imagem vem à sua mente quando você pensa em contentamento? Deixe-me mostrar duas figuras possíveis. Você pode imaginar um bebê sorridente e fofinho? Desculpe-me, mas um bebê sorridente e fofinho não é contente, pelo menos no sentido bíblico. Por que não? Descubra por si mesmo com um teste bem simples:  Tire a mamadeira ou a chupeta que ele tenha na boca, ou o brinquedo favorito que ele está segurando, o que acontece?  Ele fica triste. Seu suposto “fofinho contente” de repente se transforma num chorão inconsolável. O suposto contentamento do bebê depende de circunstâncias favoráveis. O contentamento do bebê quando testado pela provação ou desapontamento, rapidamente desaparece.

Agora, considere outra figura de contentamento, uma bíblica. Imagine um apóstolo idoso, desgastado pelo tempo e com fome, sentado em uma masmorra, e ainda assim cantando louvores e agradecendo a Deus por sua graça salvadora.  O apóstolo Paulo aprendeu a estar contente apesar das severas provações. O contentamento não depende das circunstâncias.

Passos  diários para aprender o contentamento

Que passos você pode dar diariamente para aprender o contentamento? Primeiro, conheça e creia nas verdades da Bíblia a respeito do caráter e promessas de Deus. Você precisa conhecer quem é Deus e como Ele é. Isto inclui o conhecimento de que Ele é bom, apesar das circunstâncias que você enfrenta. Você precisa começar pela sã doutrina, e não pela sua experiência ou pelas opiniões dos outros.

Em segundo lugar, se arrependa das mentiras que você tem absorvido inconscientemente e dos fundamentos falsos onde você tem buscado a vã felicidade. Identifique as várias maneiras, claras e sutis, nas quais você tem buscado o contentamento em coisas, pessoas ou experiências. De que forma você confia em si mesmo, e na sua própria força, sabedoria e perseverança? Classifique-as pelo que elas são: mentiras e ídolos! Então, com a ajuda de Deus, resolva eliminar esse fundamento falso e volte-se para Ele e Sua verdade.

Em terceiro lugar, aplique progressivamente a verdade de Deus na sua situação atual, especialmente nas provações. Um suporte útil de memorização é “O P O”, um acróstico encontrado nos versículos de Filipenses, capítulo 4: Ore (v. 6,7); Pense em coisas piedosas (v.8) e Obedeça a verdade de Deus (v.9).

Deixe-me acrescentar uma perspectiva importante. Você não deve dar esses passos sozinho ou isolado de outros crentes. Você não deve aprender o contentamento aparte da igreja. Deus planejou a Sua Igreja com pastores, líderes e outros irmãos e irmãs maduros que podem ensiná-lo, encorajá-lo, serem modelos para você, orar por você, e desafiá-lo a crescer neste fruto do contentamento cristão.

Lembre-se, por pior que sejam as circunstâncias, elas são melhores do que você merece! O contentamento é aquela condição de conscientemente agradar-se da bondade de Deus, independentemente das circunstâncias. É a capacidade de estar satisfeito, vivendo para agradar a Deus em todas as circunstâncias. É a habilidade de viver satisfeito, agradar a Deus em qualquer situação.

Que Deus, o Deus que poderosamente provê e capacita a todos aqueles que confiam em Cristo, nos ajude a aprender as lições de sofrimento que o apóstolo Paulo aprendeu, não importando quão duras as nossas circunstâncias possam ser.

Extraído e adaptado do livro: Aprendendo o contentamento em todas as circunstâncias, Robert D. Jones, Nutra Publicações.

O choro do seu coração.

Tens ouvido, Senhor, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás. (Sl 10.17)

Senhor, por favor, faça esses maus sentimentos parar! Este é o choro do seu coração? Se sua resposta for sim, você não está sozinho. Veja, outras pessoas, como você, tem aprendido a ter uma real vitória sobre os problemas emocionais. Entretanto, algumas vezes, quando estamos sofrendo, podemos perguntar: Por que Deus não tira e leva pra longe a minha dor? Ou então, por que Ele não tem respondido minhas orações por ajuda? Talvez, tais perguntas, têm provocado questionamentos sobre sua fé em Deus. Porém, temos boas notícias. A Bíblia contém princípios específicos que podem nos ensinar a tratar nossos problemas. Se você é um cristão, digo que voce não está sozinho nisso. Deus prometeu estar com você e ajudá-lo no sentido de aprender e crescer. Quando você está se sentindo para baixo, é muito fácil pensar que você está sozinho ou que Deus o abandonou. Talvez você não tenha consciência da presença de Deus pela razão de que tudo o que está acontecendo com você parece não ter solução. Sobre isso, observe o que a Bíblia tem a dizer: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41:10). Pare por um momento e reflita sobre essas promessas de Deus para você. Leia em voz alta, então você poderá ouvir a verdade do Seu eterno amor por você. Não tenha medo, Ele está dizendo a você. Eu estou aqui. Você não tem percebido? Eu sou seu Deus. Você não tem sido fortalecido? Eu ti fortalecerei e ti ajudarei. E quanto você se sentir como se estivesse indo para baixo por um instante, Eu estarei levantando você com a Minha mão.

Traduzido e adaptado do livro: Will the medicine stop the pain? , Elyse Fitzpatrick & Laura Hendrickson.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O que faz o aconselhamento bíblico ser bíblico?

Robert W. Kellemen


Quando falo em várias partes do País sobre aconselhamento bíblico,
algumas vezes as pessoas me perguntam: "Quando você diz
'aconselhamento bíblico’, você não está querendo dizer __________,
não é?". As pessoas preenchem esse espaço com diferentes rótulos
negativos − no seu entender. Que vergonha pensar que colocarmos o
adjetivo "bíblico" após a palavra "aconselhamento" faz com que
alguns cristão recuem amedrontados. Mas tenho boas notícias, a maré
está virando. As caricaturas distorcidas e os estereótipos falsos do
aconselhamento bíblico estão a caminho de serem substituídos por
retratos do aconselhamento com fundamento nas Escrituras e
historicamente precisos, verdadeiramente bíblicos e atraentes
(Tt 2.10). Embora ninguém possa dar a definição final e oficial de
aconselhamento bíblico, ofereço um resumo do meu entendimento a
respeito do aconselhamento bíblico para sua consideração.

O aconselhamento bíblico centrado em Cristo, com base na Igreja,
abrangente, compassivo e culturalmente informado, depende do
Espírito Santo para estabelecer a relação entre a verdade
inspirada de Deus sobre as pessoas, os problemas e as soluções
para o sofrimento humano (mediante o cuidado cristão das almas
que conforta e cura) e para o pecado (mediante a orientação
espiritual cristã que reconcilia e dá direção) a fim de capacitar as
pessoas para que exaltem e sirvam a Deus, encontrem prazer em
Deus e amem seu próximo (Mt 22.35-40), cultivando a
conformidade com Cristo e a comunhão com Cristo e a Igreja.