quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A dura dor do sofrimento e a alegria

Por: Ed Welch
Publicado em: 29 de outubro de 2013

“regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverante”. Rm 12.12

Atualmente a Igreja está falando mais sobre o sofrimento, e isso é bom. Falamos sobre o sofrimento. Falamos sobre isso com os outros, e os pregadores são também muito conscientes sobre isso, embora as congregações possam parecer felizes superficialmente, existem dificuldades na maioria das pessoas. Sofrem em continuar ouvindo a suprema estupidez de amigos e conhecidos – talvez isso seja passageiro – assim, não podemos negar que a Igreja é mais acolhedora para pessoas que sofrem.

Isso, no entanto, não parece ser algo equilibrado. Quando levamos a sério o sofrimento, quando evitamos chavões e tudo o que poderia ser percebido para minimizar as dificuldades, e quando percebemos a negação da dor, temos aí um grande perigo que poderá a vir desvalorizar a alegria. O uso da palavra ferido ou quebrado sugere isso. São palavras úteis, mas elas geralmente podem indicar uma condição permanente que sempre vai ser dominada pelo sofrimento. Nós raramente incentivamos o ferido ou o quebrado apontando-os para a alegria.

Por que não incentivar quem sofre apontando para a alegria? Talvez porque pensamos que o sofrimento e a alegria seja um processo de duas etapas, como o que podemos ver no Salmo 126.5-6 – saímos chorando e voltamos com gritos de alegria, isso é o padrão. Esse ponto de vista vê a alegria e o sofrimento como fundamentalmente incompatíveis e incapazes de serem vividos simultaneamente. Mas isso é verdade. A Escritura indica que a vida no Espírito terá tanto o sofrimento mais difícil como a maior alegria serem experimentados ao mesmo tempo. O apóstolo Paulo ilustrou isso como uma das muitas implicações do evangelho: “Mui grande é a minha franqueza para convosco, e muito me glorio por vossa causa; sinto-me grandemente confortado e transbordante de júbilo em toda a nossa tribulação.” (2 Coríntios 7.4).

Isso significa que, mesmo quando estamos sofrendo, podemos ir em busca da alegria com a expectativa que de fato iremos encontrar e assim nos surpreendermos. Pense sobre o fim da guerra e os inimigos derrotados (1 Cr 16.33, Sl 27.6), água no deserto (Is 35.6), como o Senhor  tem prazer no bem-estar dos Seus servos (Sl 35.27), como o Senhor consola o Seu povo (Is 49.13), como o Pai, o Filho e o Espírito Santo levam alegria um ao outro e, por meio de Jesus, somos também levados em alegria (João 15.11). Pense como o perdão dos pecados garantiu para nós todas as promessas de Deus, que estão resumidas em Sua presença incessante conosco. Essa presença, e a glória futura de vê-lo face-a-face,  na qual somos levados plenamente em Seu amor, é fazer parte do centro da nossa alegria.

Mas nessa busca, ainda temos um problema. O tratamento predominante hoje para aliviar a dor é a medicação. Tomamos um comprimido e esperamos que ele seja eficaz. Nós damos ao tratamento pouco tempo para mostrar o que vale a pena, antes de seguir para uma nova receita. A alegria não segue esse padrão. Ela não vem rapidamente. Na verdade, se formos esperar resultados rápidos, não estamos realmente buscando a genuína alegria, e ela nunca virá.

A alegria vem do Espírito e por meio dos vários meios de graça que Deus nos deu. E Deus se agradou em dar esse fruto para aqueles que O buscam. A genuína alegria vem quando a nossa esperança e amor descansam em Jesus acima de tudo.

“... a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória...” (1 Pedro 1.8)


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