quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu apenas quero morrer – Substituindo pensamentos suicidas pela esperança.

Autor: David Powlison

Você está tendo pensamentos e sentimentos suicidas? Talvez você esteja convencido de que a sua vida não vale mais a pena. Você sente que o seu mundo está entrando em colapso. Sua vida parece sem sentido e sem esperança – como um buraco negro, que suga todo o amor e alegria que você tinha. Se você está com intenções suicidas, você ainda tem muito em refletir sobre a sua vida. Mas você, também, tem pensado sobre como Deus vê a sua vida?

SUA VIDA É IMPORTANTE PARA DEUS
Agora mesmo você está vivendo em um mundo de desespero. Você não pode ver nenhuma solução para os seus problemas. Você não está conseguindo ver além deles. O futuro parece obscuro.

Mas a perspectiva de Deus sobre a sua vida é muito diferente. Sua vida é preciosa para Ele. Ele conhece todas as coisas a seu respeito – todas como os cabelos que estão sobre a sua cabeça. Ele o ama tanto que enviou o seu próprio Filho para morrer por você (João 3.16). Sua vida é tão significante para Ele que Ele o desautoriza tirá-la. Deus diz que todo homicida está errado, e isto inclui assassinar a si próprio, o suicídio. “Não matarás” (Êxodo 20.13).

SUA VIDA É IMPORTANTE PARA OUTRAS PESSOAS
Talvez você esteja pensando sobre quanto tempo você vem se sentido deprimido e triste. Você está se sentindo como um peso para os outros? Muito embora eles não digam isso, você sente que tudo poderia ser diferente sem você?
A maneira como você está pensando é tragicamente errada. Esse pensamento é uma mentira em que todos – vizinhos, pais, filhos, esposa, amigos, colegas de trabalho, enfermeiras, ou meros conhecidos – poderiam ajudá-lo no seu suicídio. Alheio a isso, suicídio é inquietante e perturbador. Aquilo que você deixa para trás não poderá ser remediado. Ao invés disso, eles serão deixados com terríveis pesos. O que são esses pesos?
Em primeiro lugar, aqueles que conheceram você e cuidaram de você entenderão o porque disso. Eles se perguntarão muitas vezes: “Por que você fez isso? Por que você nos deixou? Por que você não pediu por ajuda? Por que nós não estávamos prontos para ajuda-lo?”.  O “por que” das perguntas assombrará aqueles que você deixou para trás.
Segundo, eles se sentirão culpados. Além disso, se sentirão magoados pela sua perda e magoados pelo sentimento de responsabilidade. Eles ficarão espantados se o seu suicídio foi uma resposta a algo que eles fizeram ou não. Eles estarão com um sentimento de que falharam.
Em terceiro lugar, aqueles que você deixou para trás não pensarão que o seu suicídio foi um favor a eles; aliás, eles se sentirão como se você não os amasse. Como você poderia amá-los e, ao mesmo tempo, feri-los de maneira tão grave? O suicídio é um ato egoísta. Ele rompe relacionamentos, e deixa sem esperança para uma reconciliação. Aqueles que você deixou para trás sentirão um profundo sentimento de esvaziamento.
Quarto, o suicídio molda a escolha para fugir, como se matando a si mesmo seria a melhor maneira de resolver os problemas da vida. O suicídio fala que a maneira de tratar com a culpa, falha, desapontamento e sofrimento é tirando a própria vida. Esse modelo tem uma poderosa influência negativa. Assim, em vez de deixar aqueles que o cercam felizes, você está, nesse momento, deixando para eles um modelo de regras, que poderia negativamente impactar, de como eles deveriam tratar com suas próprias lutas.

CONSIDERE O QUE É VERDADE
O pensamento suicida é cheio de falsidade. Isto pode ser duro para você, como a sua luta, reconhecer a mentira. Considere algumas verdades simples sobre Deus e sobre você. Lembre-se delas todas às vezes quando você começar a pensar que o suicídio é uma boa solução para os seus problemas.

1)      Em amor, Deus veio em pessoa como o Salvador da morte:
“Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.” (Isaías 43.1)
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5.8)

2)      Deus fala que o suicídio é errado porque você está tirando uma vida.
“Não Matarás”. (Êxodo 20.13)

3)      Quando você derramar o seu coração a Deus, Ele o ouvirá:
“Eu disse na minha pressa: estou excluído da tua presença. Não obstante, ouviste a minha súplice voz, quando clamei por teu socorro.” (Salmo 31.22)
“À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.” (Salmo 55.17)

TRAGA O SEU DESESPERO PARA AQUELE QUE É A VERDADE
O seu Salvador não está surpreso ou o rejeita pelos seus sentimentos de desespero. Ele quer que você traga o seu desespero para Ele, e clame por ajuda agora mesmo, seja no meio da sua escuridão e dor. Do começo ao fim da história os filhos de Deus foram criados para Ele. Ele os tem ajudado. No Salmo 86 diz como Davi clamou a Deus em seu desespero milhares de anos atrás: “No dia da minha angústia, clamo a ti, porque me respondes” (v.7).
Hoje é o seu dia de aflição. Conte para Jesus todas as suas dores, todas as suas aflições, e todas as razões suicidas que estão em sua mente. Você sente, como Davi, que você está no “profundo poder da morte” (v.13)? Fale alto para Deus, “Escuta, SENHOR, a minha oração e atende à voz das minhas súplicas” (v.6). Nesse dia Deus promete ouvi-lo e ajuda-lo. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.13).

Extraído do livro: POWLISON, David, I Just Want to Die - Replacing Suicidal Thoughts with Hope, CCEF, 2010.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando o suicídio se aproxima


Autor: Edward. T. Welch

Eu nunca irei me esquecer de quando um suicídio chegou muito perto de mim. Certa vez, encontrei-me com uma jovem mulher que estava deixando seu trabalho missionário no leste europeu. Ela estava assombrada com uma experiência, mas não conseguia falar sobre isso.  Meu palpite era de que ela tivesse, talvez, um grande peso sobre si em razão de uma relação imprópria com um jovem que morava lá. Dois meses depois desse encontro, recebi uma carta dos pais dela, dizendo: “Nós queremos agradecer-lhe muito pela sua bondade para com a nossa filha, e  que o sofrimento dela acabou. Ela tirou a sua própria vida há duas semanas”.

O suicídio, também, já chegou muito perto de nós. Recentemente, fomos informados pelos jornais e revistas sobre o suicídio do filho de um pastor amado. Sabemos, também, que veteranos militares tiram suas próprias vidas a cada dia,  e até mesmo as crianças podem falar sobre uma escuridão  interna que antes era encontrada apenas em pessoas com anos de acumulo de dificuldade e dor.
O que podemos aprender?

Que o suicídio está muito ligado à depressão. De alguma forma, a depressão é muito pior que a dor física crônica. Talvez porque as pessoas quanto tem uma dor física, ainda podem ver o lado bom da vida e ainda podem ter esperança, enquanto aquelas que estão deprimidas são deficientes em ter essa mesma visão.
Que o suicídio deixa um amplo rastro de arrependimentos. Hindsight nos leva a pensar em dezenas de coisas que poderiam ser feitas de forma diferente. A realidade é que existem pessoas que não conseguem ter esse controle.
Quando percebemos que um ente querido deixa as coisas que gostava de fazer: hobbies, trabalho ou mesmo cuidados estéticos, nós devemos achegar a elas e buscar avaliar o que pode estar acontecendo, fazendo algumas perguntas que podem estar em nossos corações: “Como você está? Eu estive pensando em você e percebo que a sua vida  tem sido recentemente muito difícil.” ”Você tem estado em minha mente. Talvez seja porque você parece um pouco mais retraído e triste. Posso estar orando por você?”
Que quando estamos preocupados com outra pessoa e não sabemos como ajudar, pedimos a irmãos mais sábios e experientes que sejam nossos parceiros nessa ajuda.
Quando a esperança se esvai, a vida humana está em perigo. Essas duas questões são inseparáveis. Dessa forma, conduzimos as pessoas a terem esperança, sendo essa mensagem dominante em todo o Novo Testamento. A igreja primitiva tinha um conhecimento profundo  do sofrimento humano. Os primeiros cristãos tinham isso na prática vendo as realidades eternas pela fé e sabendo que o sofrimento não iria durar todos os dias.
Senhor tenha misericórdia daqueles que estão cercados pela depressão. Não os deixe na escuridão. Que eles possam ouvir a palavra de uma esperança profundamente real e genuína a qual temos, porque Jesus está vivo.  

Fonte: http://www.ccef.org/blog/when-suicide-comes-close

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Transtorno Bipolar e a Visão Bíblica


Todos nós temos emoções. Todos nós temos oscilações de emoções. Num determinado dia, estamos bem, o outro não tão bem. Isso pode funcionar dentro de um círculo de normalidade.
Porém, quando as oscilações tornam-se extremas, ou seja, você pode sentir-se muito bem ao ponto de perder o sono por isso e, ao mesmo tempo, ou no dia seguinte, sem razão aparente, você entra em um estado de profunda depressão, chegando, até mesmo, desejar não viver mais, é nessa condição que poderá ser diagnosticado, por meio dessas bruscas oscilações de humor, um possível  quadro de transtorno bipolar.
O que é transtorno bipolar?
O transtorno bipolar (TBP) é uma condição psiquiátrica relativamente frequente, com prevalência na população entre 1% e 2%. É caracterizado por episódios de alteração do humor de difícil controle (mania).
Os sintomas podem aparecer em qualquer idade, sendo mais comum o surgimento entre o início da segunda e meio da terceira década de vida. As causas da doença ainda não são conhecidas, mas muitos estudos apontam para a existência de disfunções complexas dos neurotransmissores.
A forma clássica da doença, que envolve episódios de mania e depressão, é chamada de Distúrbio Bipolar I. Algumas pessoas, no entanto, nunca desenvolvem mania severa, ao invés experimentam episódios moderados de hipomania (humor elevado) que são alterados com sintomas depressivos, esta forma da doença é chamada de Distúrbio Bipolar II. Algumas pessoas apresentam múltiplos episódios em uma semana ou em um mesmo dia. Este ciclo rápido tende a se desenvolver quando a doença está adiantada e é mais comum em mulheres do que em homens.
Os sintomas do transtorno bipolar (mania) podem variar de pessoa para pessoa.
Os ciclos de entradas e saídas das manias são únicos para cada pessoa. Para alguns, os pontos altos de humor nunca se tornarão extremos e são notados apenas pelos membros da família. 
Para outros, a mania é aparente, ou seja, pode ser percebida por todos.
Os sinais e sintomas de mania (ou episódios maníacos) incluem:
Ø  Aumento de energia na produtividade e não necessidade de descanso.
Ø  Extrema irritabilidade.
Ø  Pensamentos extremamente rápidos e falar muito.
Ø  Distração - não consegue se concentrar.
Ø  Pouca necessidade de dormir.
Ø  Pensamentos não realísticos sobre habilidades e poder.
Ø  Julgamento pobre.
Ø  Gastar compulsivamente.
Ø  Longo período de comportamento diferente do habitual.
Ø  Aumento na atividade sexual.
Ø  Abuso de drogas, particularmente cocaína, álcool, e medicamentos para dormir.
Ø  Comportamento: provocativo, intrusivo e agressivo.
Ø  Negação de que algo esteja errado.
Os sinais e sintomas de depressão (ou episódio depressivos) incluem:
Ø  Sentimentos de tristeza ou pessimismo.
Ø  Tristeza, ansiedade ou sensação de vazio.
Ø  Sentimentos de culpa, falta de esperança e falta de confiança no valor de si mesmo.
Ø  Perda de interesse por atividades ou prazeres de que gostava, incluindo sexo.
Ø  Diminuição de energia, sentimentos de fatiga ou estar devagar.
Ø  Dificuldade de concentração, de lembrar e tomar decisões.
Ø  Agitação e irritabilidade.
Ø  Dormir demais ou não conseguir dormir.
Ø  Mudança no apetite e/ou aumento ou perda de peso.
Ø  Dor crônica ou outro sintoma persistente não causado por doenças físicas ou acidentes.
Ø  Pensamentos de morte, suicídio ou tentativas de suicídio.
O que a Bíblia fala sobre a mania (TBP)?
Devemos considerar que as Escrituras tem autoridade nas nossas vidas e, portanto, Deus tem autoridade nas nossas vidas (2 Timóteo 3.16).
A Bíblia nos dá sabedoria para nos guiar em todas as situações. Mesmo em tudo aquilo que a vida nos oferece – saúde, pobreza, inaptidão médica, diagnóstico psiquiátrico – a sabedoria da Bíblia é sempre rica e relevante para nós.
Com respeito a mania, a Bíblia nos diz que mania não pode fazer-nos pecar. Mania não pode nos conduzir a fazer coisas que a Escritura proíbe (por exemplo: adultério), e não pode nos conduzir a fazer coisas que a Escritura prescreve (por exemplo: amar o próximo). Mania pode criar um mundo de tentações.  Por exemplo, a mania pode levar a pessoa confiar em seu julgamento intuitivo ao invés de coloca-la em uma condição de réu. Ela, a mania, ainda pode levar a pessoa a confiar em seus próprios “méritos” ao invés de reconhecer suas limitações e ou imperfeições. Dessa forma, a mania não está levando a pessoa a fazer algo moralmente errado, mas está conduzindo o indivíduo em uma situação perigosa, introduzindo-o num mundo de tentações.
Pare e pense
O entendimento popular da mania é que ela é um fenômeno médico. Ela é o resultado de um desequilíbrio químico no cérebro e o tratamento é a reposição das funções cerebrais com medicação apropriada.
As teorias psiquiátricas tendem a ver o ser humano apenas numa condição física. As Escrituras, no entanto, vêm o homem em duas condições (física e espiritual). Fisicamente nós consistimos de cérebro, ossos, músculos e um maravilhoso conjunto bioquímico. Espiritualmente, nós somos criados a imagem de Deus. Nós podemos conhecê-lO e segui-lO. Nós sabemos a diferença entre o certo e o errado, e somos responsáveis por nossas decisões morais. Problemas no cérebro não podem apagar essas características espirituais do homem natural.
Portanto, quando a Palavra de Deus nos manda fazer algo como amá-lO e ouvi-lO, ela fala para todos nós. Se aqueles com desequilíbrio químico fossem isentos, nós poderíamos ser isentos também, porque ninguém pode afirmar que temos uma perfeita função cerebral, pois todos  nós, também, sofremos de alguma forma  de oscilação de sentimentos.
Estratégias Práticas de Mudança
O que nós precisamos é da graça –a ajuda de Deus para nós. Nós sempre precisamos da graça, mas nós precisamos especialmente dela quando preferimos viver sem as restrições e independente da autoridade divina. A surpreendente característica da graça é o favor de Deus sobre nós, e Ele livremente nos dá. A única exigência para receber a graça é que devemos crer que não somos merecedores dela.
Sobre o que foi abordado, fica aqui algumas sugestões de como a mania poderá ser tratada, segundo a prescrição bíblica:
1) Reconhecer e admitir sua necessidade da ajuda de Deus. (1 Coríntios 10.13)
2) Distinguir os problemas físicos dos problemas espirituais.
        Algumas questões que podem ajudá-lo nessa tarefa:
o   Você considera os outros mais importantes do que você? –(Filipenses 2.3)
  • Você é rápido para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar? (Tiago 1.19)
  • Você busca conselho de outras pessoas para as suas decisões? (Provérbios 12.15)
  • Você busca a Deus naquilo que você faz? (Provérbios 3.5-6)
3) Confissão de erros passados – 1 João 1.9
4) Buscar viver sabiamente – Provérbios 1.7
     Como?
o   Busque conselhos – Provérbios 11.14; 12.15; 19.20
o   Ouça – Tiago 1.19
o   Ande humildemente com o Senhor – Mateus 5.3; Tiago 4.6
5) Busque ajuda médica
A maioria das pessoas que passam pela extrema mania, se consulta com psicanalistas ou profissionais qualificados da área da psiquiatria sobre o uso de medicamentos. Existem novos medicamentos que surgem regularmente. A maioria deles são uma forma de Lithium ou medicações que também tem sido usado no controle de convulsões.
Nesse caso, poderia se tentar a medicação? Tipicamente, não se tem nada a perder e nada a ganhar. Na pior das hipóteses, teremos um efeito indesejável ou colateral, ou então, a medicação não terá efeito. Na melhor das hipóteses, teremos uma menor incidência aos ciclos de humor ou uma maior incidência de pontos altos no humor.
6) Em que você deve esperar?
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1.2-4)

Baseado no livro: WELCH, Edward T.,Bipolar Disorder, Understanding and Help for Extreme Mood Swings, CCEF, 2010