Uma das obsessões mais notáveis
na nossa cultura é a busca pela beleza física. A preocupação com a aparência
impregna nosso relacionamento social e nos seduz a todos, homens e mulheres, em
intensidade variada. O impacto da cultura costuma ser como o efeito da poluição
do ar: o que respiramos tende a produzir mudanças em nós, devagar mas com
constância. Nossa cultura nos cerca com vozes que falam sobre nossa aparência ,
o aspecto que devemos ter, e os elogias e críticas que supostamente acompanham
o sucesso ou o fracasso. A mídia massificante, sorrateiramente nos ilude com os
mesmos padrões visuais.
Agora, o que acontece com um
crente quando adota esses padrões? Ele passa viver fora da lógica de sua fé, de muitas
maneiras. A Palavra de Deus fala amplamente sobre a questão de “aculturação” ou
escravidão aos falsos padrões e opiniões do mundo e seus sistemas distorcidos
de valores e estigmas. Em vários textos, as Escrituras destacam com clareza a
questão da beleza. Leiamos Provérbios 31.30-31: “Enganosa é a graça, e vã, a
formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. Dai-lhe do fruto
das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras”. Esse texto
retrata a beleza verdadeira do temor e amor ao Senhor nosso Deus, e comenta
sobre a graça enganosa e a formosura vã. Beleza de caráter verdadeira e
duradoura, tranquilidade, sabedoria e amor exalam desses provérbios. Em 1 Pedro
3.1-6 temos: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para
que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por
meio do procedimento de sua esposa, ao
observar o vosso honesto comportamento cheio de temor. Não seja o adorno da esposa o que é
exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;
seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um
espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi
assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que
esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, como fazia Sara, que
obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas,
praticando o bem e não temendo perturbação alguma”. Aqui, o texto
define igualmente a beleza contrastando com o padrão cultural (“os adornos
exteriores”) com o padrão verdadeiro e duradouro de Deus (“o coração”).
A verdadeira beleza não teme; nunca
é devastada pelo tempo ou aflição: não se torna insegura. É o tipo de beleza
que pode ser mais radiante aos noventa anos do que aos dezoito, e melhora com o
tempo, em lugar de se deteriorar.
Extraído e adaptado do texto: Sua Aparência: o que os padrões atuais
dizem e as imagens retratam, David Powlison, Coletânea Aconselhamento Bíblico
Vol. 1, Palavra da Vida.