quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Vivendo de aparências.


Uma das obsessões mais notáveis na nossa cultura é a busca pela beleza física. A preocupação com a aparência impregna nosso relacionamento social e nos seduz a todos, homens e mulheres, em intensidade variada. O impacto da cultura costuma ser como o efeito da poluição do ar: o que respiramos tende a produzir mudanças em nós, devagar mas com constância. Nossa cultura nos cerca com vozes que falam sobre nossa aparência , o aspecto que devemos ter, e os elogias e críticas que supostamente acompanham o sucesso ou o fracasso. A mídia massificante, sorrateiramente nos ilude com os mesmos padrões visuais.

Agora, o que acontece com um crente quando adota esses padrões? Ele passa viver fora da lógica de sua fé, de muitas maneiras. A Palavra de Deus fala amplamente sobre a questão de “aculturação” ou escravidão aos falsos padrões e opiniões do mundo e seus sistemas distorcidos de valores e estigmas. Em vários textos, as Escrituras destacam com clareza a questão da beleza. Leiamos Provérbios 31.30-31: “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras”. Esse texto retrata a beleza verdadeira do temor e amor ao Senhor nosso Deus, e comenta sobre a graça enganosa e a formosura vã. Beleza de caráter verdadeira e duradoura, tranquilidade, sabedoria e amor exalam desses provérbios. Em 1 Pedro 3.1-6 temos: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,  ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.   Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma”. Aqui, o texto define igualmente a beleza contrastando com o padrão cultural (“os adornos exteriores”) com o padrão verdadeiro e duradouro de Deus (“o coração”).

A verdadeira beleza não teme; nunca é devastada pelo tempo ou aflição: não se torna insegura. É o tipo de beleza que pode ser mais radiante aos noventa anos do que aos dezoito, e melhora com o tempo, em lugar de se deteriorar.


Extraído e adaptado do texto: Sua Aparência: o que os padrões atuais dizem e as imagens retratam, David Powlison, Coletânea Aconselhamento Bíblico Vol. 1, Palavra da Vida.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O verdadeiro contentamento.

“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez;  tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4.10-13)


Qual imagem vem à sua mente quando você pensa em contentamento? Deixe-me mostrar duas figuras possíveis. Você pode imaginar um bebê sorridente e fofinho? Desculpe-me, mas um bebê sorridente e fofinho não é contente, pelo menos no sentido bíblico. Por que não? Descubra por si mesmo com um teste bem simples:  Tire a mamadeira ou a chupeta que ele tenha na boca, ou o brinquedo favorito que ele está segurando, o que acontece?  Ele fica triste. Seu suposto “fofinho contente” de repente se transforma num chorão inconsolável. O suposto contentamento do bebê depende de circunstâncias favoráveis. O contentamento do bebê quando testado pela provação ou desapontamento, rapidamente desaparece.

Agora, considere outra figura de contentamento, uma bíblica. Imagine um apóstolo idoso, desgastado pelo tempo e com fome, sentado em uma masmorra, e ainda assim cantando louvores e agradecendo a Deus por sua graça salvadora.  O apóstolo Paulo aprendeu a estar contente apesar das severas provações. O contentamento não depende das circunstâncias.

Passos  diários para aprender o contentamento

Que passos você pode dar diariamente para aprender o contentamento? Primeiro, conheça e creia nas verdades da Bíblia a respeito do caráter e promessas de Deus. Você precisa conhecer quem é Deus e como Ele é. Isto inclui o conhecimento de que Ele é bom, apesar das circunstâncias que você enfrenta. Você precisa começar pela sã doutrina, e não pela sua experiência ou pelas opiniões dos outros.

Em segundo lugar, se arrependa das mentiras que você tem absorvido inconscientemente e dos fundamentos falsos onde você tem buscado a vã felicidade. Identifique as várias maneiras, claras e sutis, nas quais você tem buscado o contentamento em coisas, pessoas ou experiências. De que forma você confia em si mesmo, e na sua própria força, sabedoria e perseverança? Classifique-as pelo que elas são: mentiras e ídolos! Então, com a ajuda de Deus, resolva eliminar esse fundamento falso e volte-se para Ele e Sua verdade.

Em terceiro lugar, aplique progressivamente a verdade de Deus na sua situação atual, especialmente nas provações. Um suporte útil de memorização é “O P O”, um acróstico encontrado nos versículos de Filipenses, capítulo 4: Ore (v. 6,7); Pense em coisas piedosas (v.8) e Obedeça a verdade de Deus (v.9).

Deixe-me acrescentar uma perspectiva importante. Você não deve dar esses passos sozinho ou isolado de outros crentes. Você não deve aprender o contentamento aparte da igreja. Deus planejou a Sua Igreja com pastores, líderes e outros irmãos e irmãs maduros que podem ensiná-lo, encorajá-lo, serem modelos para você, orar por você, e desafiá-lo a crescer neste fruto do contentamento cristão.

Lembre-se, por pior que sejam as circunstâncias, elas são melhores do que você merece! O contentamento é aquela condição de conscientemente agradar-se da bondade de Deus, independentemente das circunstâncias. É a capacidade de estar satisfeito, vivendo para agradar a Deus em todas as circunstâncias. É a habilidade de viver satisfeito, agradar a Deus em qualquer situação.

Que Deus, o Deus que poderosamente provê e capacita a todos aqueles que confiam em Cristo, nos ajude a aprender as lições de sofrimento que o apóstolo Paulo aprendeu, não importando quão duras as nossas circunstâncias possam ser.

Extraído e adaptado do livro: Aprendendo o contentamento em todas as circunstâncias, Robert D. Jones, Nutra Publicações.

O choro do seu coração.

Tens ouvido, Senhor, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás. (Sl 10.17)

Senhor, por favor, faça esses maus sentimentos parar! Este é o choro do seu coração? Se sua resposta for sim, você não está sozinho. Veja, outras pessoas, como você, tem aprendido a ter uma real vitória sobre os problemas emocionais. Entretanto, algumas vezes, quando estamos sofrendo, podemos perguntar: Por que Deus não tira e leva pra longe a minha dor? Ou então, por que Ele não tem respondido minhas orações por ajuda? Talvez, tais perguntas, têm provocado questionamentos sobre sua fé em Deus. Porém, temos boas notícias. A Bíblia contém princípios específicos que podem nos ensinar a tratar nossos problemas. Se você é um cristão, digo que voce não está sozinho nisso. Deus prometeu estar com você e ajudá-lo no sentido de aprender e crescer. Quando você está se sentindo para baixo, é muito fácil pensar que você está sozinho ou que Deus o abandonou. Talvez você não tenha consciência da presença de Deus pela razão de que tudo o que está acontecendo com você parece não ter solução. Sobre isso, observe o que a Bíblia tem a dizer: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41:10). Pare por um momento e reflita sobre essas promessas de Deus para você. Leia em voz alta, então você poderá ouvir a verdade do Seu eterno amor por você. Não tenha medo, Ele está dizendo a você. Eu estou aqui. Você não tem percebido? Eu sou seu Deus. Você não tem sido fortalecido? Eu ti fortalecerei e ti ajudarei. E quanto você se sentir como se estivesse indo para baixo por um instante, Eu estarei levantando você com a Minha mão.

Traduzido e adaptado do livro: Will the medicine stop the pain? , Elyse Fitzpatrick & Laura Hendrickson.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O que faz o aconselhamento bíblico ser bíblico?

Robert W. Kellemen


Quando falo em várias partes do País sobre aconselhamento bíblico,
algumas vezes as pessoas me perguntam: "Quando você diz
'aconselhamento bíblico’, você não está querendo dizer __________,
não é?". As pessoas preenchem esse espaço com diferentes rótulos
negativos − no seu entender. Que vergonha pensar que colocarmos o
adjetivo "bíblico" após a palavra "aconselhamento" faz com que
alguns cristão recuem amedrontados. Mas tenho boas notícias, a maré
está virando. As caricaturas distorcidas e os estereótipos falsos do
aconselhamento bíblico estão a caminho de serem substituídos por
retratos do aconselhamento com fundamento nas Escrituras e
historicamente precisos, verdadeiramente bíblicos e atraentes
(Tt 2.10). Embora ninguém possa dar a definição final e oficial de
aconselhamento bíblico, ofereço um resumo do meu entendimento a
respeito do aconselhamento bíblico para sua consideração.

O aconselhamento bíblico centrado em Cristo, com base na Igreja,
abrangente, compassivo e culturalmente informado, depende do
Espírito Santo para estabelecer a relação entre a verdade
inspirada de Deus sobre as pessoas, os problemas e as soluções
para o sofrimento humano (mediante o cuidado cristão das almas
que conforta e cura) e para o pecado (mediante a orientação
espiritual cristã que reconcilia e dá direção) a fim de capacitar as
pessoas para que exaltem e sirvam a Deus, encontrem prazer em
Deus e amem seu próximo (Mt 22.35-40), cultivando a
conformidade com Cristo e a comunhão com Cristo e a Igreja.